quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PALESTRA DR. RICARDO FERNANDES PIMENTA JUSTO

“Dicas de como passar em concursos públicos”



Por: Renan de Oliveira Miguel Casagrande


Aos vinte e sete dias do mês de outubro de 2010, iniciou-se a palestra do mencionado jurista, aprovado em primeiro lugar no 175º Concurso de Provas e Títulos para ingresso na Magistratura, Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Guarujá/SP, professor de direito processual civil na UNAERP.

Dr. Ricardo nos revelou que quando falamos sobre concurso público o primeiro grande passo é tomar a decisão de fazer concurso, embora pareça óbvio, não se trata apenas da decisão de fazer o concurso e sim de se dedicar ao máximo.

Após devemos determinar qual área queremos fazer concurso, área policial, cartorária, trabalhista, e etc.
O palestrante vê muitas pessoas na graduação sem saber em qual área quer prestar concurso.

Qualquer concurso que aparece a pessoa está prestando, porém isso é errado, pois cada concurso tem suas especificidades.
Deve-se orientar o estudo desde a graduação.
Toma-se a decisão de ser aprovado e em qual área se deve se dedicar.
Quem começa antes chega primeiro onde quer que deseje ir. Há estudantes que são naus sem rumo, não sabem para onde vão e nem onde estão.

Outro erro é a pessoa achar que não consegue passar no concurso desejado, mirando, pois, em concursos mais simples ou medianos, em teoria.
Quando iniciamos a prestar os concursos é normal obter algumas reprovações, e a pressão da família é muito grande, ainda mais quando se passa o dia todo estudando.

Deve-se acreditar na aprovação no concurso, pois qualquer um pode passar em um concurso, caso se sacrifique e pague o preço.
O terceiro ponto é que qualquer um pode passar em um concurso, mediante sacrifício.
A dor para a aprovação em um concurso é efêmera, o cargo perdurará.

Trata-se de um preço que devemos estar dispostos a pagar.
Revelam as estatísticas que de 3% a 5% dos bacharéis em direito conseguem a aprovação em concurso público.
Para sair dos 95% e entrar nos 5% devemos fazer o que a maioria não faz, devemos fazer algo que nos diferencie. A minoria está comprometida com a aprovação, já os demais tem apenas interesse na aprovação.

A diferença entre o compromissado e o interessado é que, a coisa mais importante para o primeiro é o concurso, não se importando pelos estudos em um sábado ensolarado, já o que tem mero interesse vai para a praia surfar e depois ele estuda uma hora, por mero peso de consciência.
Aquele que tem compromisso e tem aula no sábado de manhã não vai para a balada na sexta-feira à noite, o outro vai, bebe todas e continua nos 95%.

Willian Douglas em sua obra disse que a sua motivação surgia quando este se imaginava desempregado pelo resto da vida.
Não se pode diminuir o ritmo, sempre devemos estudar cada vez mais, pois os que tem apenas interesse diminuem o tempo de estudo diário, por exemplo.

Qual o prazo em que eu serei aprovado?
Tem pessoas que guardam dinheiro para ser aprovado em concursos.
Não existe um prazo certo, há pessoas que passam logo após formados, alguns demoram meses, alguns demoram anos, isso vai depender de cada um e até mesmo do método da pessoa.

Devemos ter disciplina extrema, ser dedicado, ser organizado e ter o devido planejamento.
Na seara de concursos devemos saber as matérias que vamos estudar, passando mais tempo com as disciplinas que temos mais dificuldades e menos com a mais fáceis.
Façam uma estimativa de prazo e delimitem os objetivos, com organização e planejamento.

O ambiente para estudo deve ser apropriado, silencioso, bem iluminado e confortável.
Quando encontrarmos o local adequado de estudo, a postura ao estudar é importante, pois se estamos compromissados e vamos estudar 6 horas por dias todo dia, e se houver uma má postura, o corpo irá sentir dores e a concentração irá embora.

A postura mais correta para se estudar é com o livro na altura da sua visão, sem abaixar o pescoço, o cotovelo apoiado no ângulo de noventa graus, com o pulso também apoiado, bem como mantendo ângulo na lombar de noventa graus, ou seja, perpendicular à cadeira.

No projeto de estudos devemos ter também a presença de exercícios físicos.
Se estudarmos sem fazer exercícios teremos pouca motivação, sendo que, ao praticarmos alguma atividade física, ao mínimo três vezes por semana, estimulamos a liberação de endorfina, melhorando a sinapse, gerando melhora na memorização.

Outro ponto importante é que a discrepância entre o estado da mente e do corpo gera problemas de sono, pois o corpo está descansado e a mente está cansada, esgotada.
Além de o exercício nos ajudar na parte motivacional, ele melhora nosso estado físico.

No momento de fazer o quadro de estudo é importante inserir ao menos 30 minutos para exercíciow, estudando-se melhor, durmindo-se melhor e etc.
Outra questão importante e talvez o primeiro grande erro é que na faculdade somos compelidos a estudar de forma setorizada.

No segundo semestre a matéria do primeiro não cai mais, ou seja, esquecemos o que passou.
Quem consegue lembrar do que caiu na prova do ano passado? Caso alguém lembre, certamente não é de forma pormenorizada.
Se você vai fazer um concurso cai tudo. Se vai fazer OAB cai tudo.

O estudante não está acostumado a estudar para concurso, pois ele está treinado para fazer provas setorizadas.

Dr. Ricardo desenvolveu um método que para este funcionou. Qual a fórmula mágica? Cada um terá o seu, existem vários.
Alguns faziam questionários e depois revisavam. Alguns andavam pela casa falando. Alguns faziam quadros.

De acordo com as suas potencialidades, cada estudante deverá desenvolver seu método.
O único dogma é a revisão, comum a todos os métodos, pois somente assim poderemos progredir e avançar.

Devemos mostrar para o nosso cérebro o que é importante e o que não é.
Se estudarmos uma vez só e não revisarmos, o cérebro achará que não é importante.
Um homem de inteligência normal só aprende de verdade a partir da 5ª revisão.
Deixe, portanto, 20% à metade do tempo reservado para a revisão.

Outro ponto é estudar para concurso é utilizar livros mais simples, pois os doutrinadores mais tradicionais tem muitos volumes e para estudar tudo levamos muito tempo e perdemos o conteúdo.
Para um concurso devemos saber um pouco de tudo.

O tempo de estudo depende de cada um, pois há pessoas com mais disponibilidade e outras com menos.
Não há parâmetro fixo, porém devemos manter o máximo de tempo para estudar, porém sem a perda da qualidade de vida e de estudo.

No mencionado período devemos aproveitar o tempo adequadamente.
Determinada pessoa estuda bem 10% dos minutos destinados para estudo e o restante fica perdido em outros assuntos, divagando.
O importante é qualidade de estudo, com concentração acima da média.

Há pessoas que estudam 4 horas por dia e apreendem mais do que os que estudam 8 horas, pois têm melhor aproveitamento.
Também é importante fazer intervalos regulares.

O Dr. Justo, por exemplo, estudava 50 minutos e descansava 10 minutos.
O que tem compromisso com a aprovação tem disciplina extrema.
A disciplina deve ser intransigível.
É necessário estudar, progredir, porém a pessoa muitas vezes não sabe fazer prova.

O cidadão sabe muito, mas não sabe se expressar, fica nervoso, tem mal súbito, perde-se no tempo e tudo isso no momento crucial, na hora da prova.
A hora de fazer prova deve ser um momento de lazer, a pessoa deve gostar da prova, curtir a prova.
Devemos tomar alguns cuidados na véspera.

Não devemos estudar na véspera. Principalmente no mesmo dia.
Devemos dar um descanso para o cérebro.
A pessoa que fará uma maratona, na véspera correrá 10 kilômetros um dia antes como treino?
Aquilo que foi feito até a véspera já é determinante para o desempenho no concurso, ou seja, estudar na véspera não fará diferença alguma.

Não abusem de bebida, do físico e etc.
Conheçam o local da prova, cheguem com antecedência, evitem as rodinhas perto do portão, pois elas sempre desestabilizam os concurseiros, haja vista que sempre há alguém que diz que sabe mais, ou que aparenta saber mais.

Chegando com antecedência podemos escolher o melhor lugar para sentar, por exemplo em uma mesa bem iluminada ou longe da porta e do barulho.
É importante ter noção do horário, do tempo de prova.
Cada um deve visualizar a sua dificuldade, no caso do palestrante, era a prova teste.

Devemos treinar antes o que é mais difícil para cada um.
O teste psicotécnico é tão importante quanto qualquer outra fase, evite opiniões polêmicas e instabilidade emocional, pois a psicóloga fará um parecer que poderá declará-lo inepto perante a banca examinadora.

A fase oral não é bem um teste de conhecimento, na verdade a pessoa já está apta.
Devemos ficar atentos aos que estão sendo examinados na nossa frente.
Chegue à paisana e fique de fundo observando, sentindo o clima da coisa.
Procure um tom de voz calmo, sereno e se acalme o tempo inteiro.

Se não sabe diga que não se recorda.
Não se arrisque em área que não sabe, diga que não se recorda, pois o examinador pode te massacrar.
Faça o examinador mudar a matéria, caso não a domine.
Caso domine, não deixe o examinador mudar o tema, instigue-o a continuar naquela matéria, ou seja, faça ele perguntar o que você sabe.

Nos três primeiros minutos da prova oral a pessoa vai mal e já acha que será reprovada, porém a prova oral é extensa, há a possibilidade de recuperação, não devemos desanimar.
Evite respostas polêmicas ou contrárias ao entendimento do examinador.

No momento da entrevista, eles farão perguntas que muitos amigos não perguntariam, porém mantenham a compostura.
De tudo isso que foi falado, devemos acreditar no nosso potencial.
Todos podem desacreditar, exceto você, pois não há método que funcione sem autoconfiança.


Sendo, assim, encerrada a palestra.